quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O escândalo de uma bandeira da Câmara Municipal de Lisboa

A Câmara de Lisboa (como gostam de dizer os jornalistas), ou antes, o Município de Lisboa tem uma bandeira. Preta e branca, que os corvos não se vêm ao longe.

Uma bandeira que quase ninguém conhece.

Houve uns cromos que a retiraram e colocaram uma bandeira azul e branca de que ainda muitos se lembram.

O mais incrível da história é que alguém reparou que a bandeira do Município de Lisboa tinha sido retirada. Uma atenção absolutamente notável, há que dizer.

Um drama para a ética republicana que fica logo assustadiça, nervosa, em "stress", o que é estranho para um regime que se julga democrático, apesar de nunca haver sido sufragado pelo voto (e esse sufrágio ser mesmo proibido).

Um susto que nem sequer pode desabafar um "Aqui d'El Rei", porque enfim, ficava mal e era pouco jacobino.

A república em Portugal nasceu de um capricho com pouco afecto. No máximo, foi, em 1910, uma conclusão intelectual de uns quantos, que quando a não confundem com o regime democrático (meu Deus...), encontram nela o fim da história.

Agora é folcloricamente defendida pelo BE, cujas figuras de destaque se entretêm a dizer que não, que a I República como regime de guerra, de fome, de pancadaria policial, de anarquia pública, é impressão nossa e que é injusto ver esses anos doces 1910-1926 como a fonte, a causa, a origem de 40 anos da ditadura (republicana) que nos consumiu...

Uma espécie de pânico surdo e disfarçado atingiu determinados círculos. Uma bandeira azul e branca no Município de Lisboa. Imaginem só. Até as associações de ideias são um pesadelo.

O povo (esse que foge das comemorações do 5 de Outubro a sete pés) que não veja a mudança de bandeira. Sabe-se lá as ideias que poderia ter...

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