sábado, 18 de julho de 2009

Belém e as estrelinhas da demagogia

Com a devida vénia e sincero respeito por melhor opinião, a fama construída em torno da Senhora Dra. Maria de Belém Roseira (doravante SDMBR) oculta o seu papel enquanto figura de primeira linha de combate político. Ou antes, de combate partidário.

Com mais ou menos eufemismos e argumentos flanqueados, os seus têm sempre razão e mais do que isso, toda a razão.

Ao defender as suas posições, sucede com alguma frequência o auto-elogio velado, usado como método para encostar o interlocutor às cordas: "o Sr. conhece-me e sabe como eu sou...".

Nestes dias de preparação para as campanhas eleitorais, com o País angustiado com a crise económica, com o desemprego, com os desafios que o futuro coloca, a SDMBR aparece como a campeã de mais uma questão fracturante visando fracturar a atenção dos portugueses relativamente aos seus problemas e aos causadores deles: a eutanásia (ou qualquer que seja o eufemismo periferástico a usar desta vez).

Claro que é isto mesmo que o País precisa como discussão para hoje e para os próximos tempos...
De que falar a um povo empobrecido, envelhecido, desempregado e angustiado se não, uma vez mais, da morte?

E, note-se que, apesar de tudo, a pessoa em questão, estando muito distante do nosso pensamento, prima por alguma moderação.

Mais além dessa posição mais suave, o dualismo reaparece em força e não há como lhe escapar.

Os reaccionários conservadores que se mantenham aquartelados nas suas obsessões quadradas em torno da vida, da natalidade, do respeito pela natureza, que não faltam os que, com verdadeira e iluminada visão, nos venham ensinar os méritos de avanços civilizacionais em torno da morte.

Os antiquados que repliquem, pobres de espírito, que há que reflectir, isso sim, em reintegrar na sociedade a terceira idade, que os progressistas cá estarão para nos lembrar que a morte tem lugar - e pelos vistos de destaque - entre os direitos.

Pobre tacanho este que vos escreve, que prefere pensar na vida e na qualidade da vida e que lhe ocorre citar Woody Allen neste ano eleitoral: "não tenho nenhum medo da morte. Só não quero estar presente quando ela aparecer"...

Vamos à vida meus caros, vamos à vida!

Sem comentários:

Enviar um comentário