O deputado Ricardo Rodrigues, visivelmente bronzeado, infelizmente interrompeu as suas férias, o que fez para acusar o Tribunal Constitucional de "centralismo" e acrescentando que "o que não foi agora, será depois".
Por quem se toma este senhor?
Centralismo? O que sabe V. Exa. de centralismo? V. Exa. que recebeu a autonomia de mão beijada?
Será por chover muito nos Açores que se dá a tamanhos ares? No Porto também, senhor deputado...
Será por V. Exa. falar com sotaque? No Porto também, senhor deputado, e também no Minho, e no Alentejo e em Trás-os-Montes...
O que é que de relevante não lhe agrada, a V. Exa. que vem de uma das raras regiões bafejadas pelas sortes orçamentais...
A região de V. Exa. tem autonomia política, ao passo que o resto do País nem sequer consegue a autonomia administrativa...
A falta de fair play de V. Exa., a crítica fácil ao Tribunal Constitucional, a atitude tácita perante o Presidente da República são lamentáveis.
Num outro País, V. Exa. poderia atirar-me à cara que foi eleito pelo povo. No nosso - Açores incluído - posso retorquir-lhe que lhe coube apenas entrar nas listas de deputados.
E já agora, não faz V. Exa. a vida de um centralista? Ou será que voa todas as noites para padecer dos males da insularidade? Não representa V. Exa. a cúpula do centralismo parlamentar? Ou os seus doutos discursos são feitos na Assembleia Legislativa Regional dos Açores?
Está visto que o País ainda não "mingou" o suficiente para deixar passar estas coisas.
Disse V. Exa. que "o que não foi agora, será depois". Respondo-lhe que o País vai ter um dia deputados com outro perfil de relacionamento institucional e postura política. Se não for agora, será depois.
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Muito bem dito.
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