sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pequeno (e tranquilo) Manifesto Anti-Rodrigues

O deputado Ricardo Rodrigues, visivelmente bronzeado, infelizmente interrompeu as suas férias, o que fez para acusar o Tribunal Constitucional de "centralismo" e acrescentando que "o que não foi agora, será depois".

Por quem se toma este senhor?

Centralismo? O que sabe V. Exa. de centralismo? V. Exa. que recebeu a autonomia de mão beijada?

Será por chover muito nos Açores que se dá a tamanhos ares? No Porto também, senhor deputado...

Será por V. Exa. falar com sotaque? No Porto também, senhor deputado, e também no Minho, e no Alentejo e em Trás-os-Montes...

O que é que de relevante não lhe agrada, a V. Exa. que vem de uma das raras regiões bafejadas pelas sortes orçamentais...

A região de V. Exa. tem autonomia política, ao passo que o resto do País nem sequer consegue a autonomia administrativa...

A falta de fair play de V. Exa., a crítica fácil ao Tribunal Constitucional, a atitude tácita perante o Presidente da República são lamentáveis.

Num outro País, V. Exa. poderia atirar-me à cara que foi eleito pelo povo. No nosso - Açores incluído - posso retorquir-lhe que lhe coube apenas entrar nas listas de deputados.

E já agora, não faz V. Exa. a vida de um centralista? Ou será que voa todas as noites para padecer dos males da insularidade? Não representa V. Exa. a cúpula do centralismo parlamentar? Ou os seus doutos discursos são feitos na Assembleia Legislativa Regional dos Açores?

Está visto que o País ainda não "mingou" o suficiente para deixar passar estas coisas.

Disse V. Exa. que "o que não foi agora, será depois". Respondo-lhe que o País vai ter um dia deputados com outro perfil de relacionamento institucional e postura política. Se não for agora, será depois.

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