terça-feira, 7 de julho de 2009

Factos curiosos...

Achei que isto era, no fundo, uma curiosa lição de vida e, como tal, digna de ser partilhada. É o problema da consciência colectiva quando esta traduz um juízo prematuro.


















Hedy Lamarr, actriz de nacionalidade norte-americana (nascida na Áustria, porém), das maiores estrelas de cinema do seu tempo. Aliás, basta olhar para ela.

Para que se tenha uma noção, basta dizer que era das estrelas e uma das mais bem pagas actrizes dos estúdios MGM, e foi nela que Walt Disney disse ter-se baseado e inspirado para desenhar a Branca de Neve, em 1937.



Fez de Dalila em “Sansão e Dalila” de Cecil B. DeMille e foi uma das estrelas de “Ziegfeld Girl”, com Lana Turner e Judy Garland. Até Andy Warhol realizou uma curta-metragem sobre ela, chamada simplesmente “Hedy”. Mais significativo ainda, Hedy Lamarr ficará para sempre na história por ter sido a primeira mulher a aparecer nua num filme, em 1933 (no filme “Ecstacy”). Tal fez dela o ópio do povo como, em seu tempo o foram Marylin Monroe ou Madonna. Passou a ser a boneca oca, a ordinária, a imagem do pecado para o povo norte-americano da época. Vista como mais uma imagem da futilidade.

A própria parecia aceitar esse papel, tendo mesmo chegado a dizer, “Any girl can be glamorous. All she has to do is stand still and look stupid." (“Qualquer rapariga pode ser glamorosa. Tudo o que tem de fazer é ficar quieta e parecer estúpida.”).

Mas, o que achei sobretudo curioso não foi nada disto.

Não contente com tudo isso de ser estrela de cinema, a dita senhora concebeu (cuja ideia original escrevinhou num guardanapo num restaurante), durante a 2ª Guerra Mundial, aquilo que patenteou com o nome de “Secret Communication System”. Foi uma ideia que visava resolver o problema da intercepção e bloqueio do sinal de rádio, por parte dos alemães, nos mísseis e torpedos americanos operados por essa via.

E o que criou ela? Um sistema electrónico que mudava e alternava sucessiva e simultaneamente as frequências de rádio através de uma peça de piano, entre 88 frequências de rádio, e que assim impedia a detecção do sinal de rádio a ser utilizado. O sistema (hoje designado “Frequency-Hoping Spread-Spectrum”) era tão inovador que acabou por só ser implementado pelo exército americano no bloqueio de Cuba, em 1962, e serviu de base às telecomunicações modernas, à tecnologia militar anti-intercepção de sinal, e mais concretamente à tecnologia dos sinais de telemóveis que todos temos hoje.

De facto a ela pertence a patente, o que só foi divulgado para o público em 1981, devido às implicações militares. E valeu-lhe o reconhecimento da Electronic Frontier Foundation (EFF) em 1997.

À primeira vista não parece..

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