Como é evidente, não faz sentido esta postura de marketing traduzida em defender que o governo minoritário é um governo que "dialoga".
A ser cínico, como é manifestamente o caso português actual, insulta a inteligência dos portugueses.
A ser sincero, é promíscuo.
O governo minoritário tem a mesma legitimidade para governar que o governo maioritário, sendo patéticas as teses que dizem que o povo "escolheu" ter um governo minoritário.
Por muito que essas teorias façam as delícias de muitos comentadores, importa perguntar: os eleitores articulam entre si, em massa, as suas posições para conseguir esse resultado?
- "Olha Maria, que dizes de votares tu e a tua mãe e o teu pai no PS, votando eu no PSD e o Mário aqui do lado na CDU, para obrigar o Sócrates a governar em minoria? Já combinei com os outros e só falta o teu assentimento..."
O carácter minoritário, ou maioritário não é um problema de legitimidade, é uma questão matemática de número de deputados.
Por isso mesmo, o único destino sério de um governo minoritário é o de cumprir o seu pacto com o eleitorado, ou seja, o de tentar implementar o seu programa de governo, façam os outros partidos o que fizerem.
O governo minoritário que está disposto a "negociar" e a "dialogar" a torto e a direito só para não cair e em nome do costumeiro faduncho da estabilidade traduz apenas a postura de quem está disposto a atraiçoar o eleitorado e as suas próprias convicções.
sábado, 17 de outubro de 2009
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