quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Maitê

Não gostei do vídeo do «Saia Justa»; achei-o tão infantil quando manifestador de uma ignorância atroz e de um ressabiamento latente que, cada vez mais me convenço, é transversal a um certo Brasil provinciano e mesquinho que morre de ciúmes de um Portugal europeu e civilizado.

Nesse sentido, não deixei de ver o vídeo com a superioridade e indiferença de quem lamenta que esse Brasil, na qualidade de potência emergente de que se arroga, ainda não tenha ultrapassado o complexo colonial de que enferma. E é pena, porque essa atitude ofusca muito do que aquele país tem realmente de «ordem e progresso».

O pedido de desculpas da Maitê Proença foi muito digno. Nesta fase, já só lamento a indignidade de quem ainda vagueia pelos blogues e pelo YouTube a insultá-la como não se insulta ninguém; e tenho muito mais vergonha disso e de quem ainda veicula o vídeo original empolando a gravidade e a ofensa da mensagem do que de uma atriz que vem a Portugal fazer entretenimento barato com património cultural que não existe do lado de lá do Atlântico. Haja alguma condescendência...

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