quinta-feira, 4 de junho de 2009

As escolinhas

Bem sei!

Tantos assuntos interessantes para opinar, para desbravar e lá caí na tentação de escrever sobre a campanha eleitoral para o nosso Parlamento Europeu e sobre os seus candidatos. Faço-o, no entanto, com a esperança de que não terei de falar da UE.

Antes de mais, digo nosso Parlamento Europeu porque sinto que a UE tem vindo a debruçar-se, praticamente em exclusivo, sobre os temas que a sociedade Portuguesa vem discutindo há já algum tempo. Seja o caso BPN, seja o caso Freeport (uma conspiração), seja a avaliação dos professores em Portugal, seja a reforma no sistema de saúde, seja a escolha do próximo Provedor de Justiça, seja a contratação de Jorge Jesus pelo Benfica.

Só deste prisma, creio, se compreende que os candidatos que irão garantir o seu lugar no nosso Parlamento Europeu apenas falem sobre questões (nada) relevantes para o destino da UE.

De facto, esta campanha tem sido fértil em trazer mais do mesmo, ou seja, os candidatos falam muito, passeiam ainda mais, vão a feiras (independentemente de se realizarem no dia da visita ou não), mas dizem pouco. Muito pouco. Em bom rigor e infelizmente, nada de novo.

Ainda se chegou a falar de um qualquer imposto europeu. Por sorte foi um tema rapidamente abafado pela importância europeia do caso BPN e pelos critérios de avaliação dos professores.

Lamento, mas não sei quais os motivos que levaram alguns candidatos que têm garantido o lugar no nosso Parlamento Europeu a enveredarem por esta forma de estar e de fazer política. Estes até pareciam ir no bom caminho: reconhecido valor intelectual, provas dadas na sociedade civil, etc. Porém, rapidamente se converteram em máquinas de propaganda simples e sem conteúdo, onde os movimentos parecem (mal) encenados e sem correspondência com as palavras que proferem.

Outros, por outro lado, serão o resultado das escolinhas políticas que se enraizaram no nosso país. Escolas estas que têm o mérito de criar os melhores balões ideológicos da nossa sociedade e que vivem e se alimentam das suas próprias questões internas e onde o contorcionismo é a Cadeira chave.

Sim, a campanha eleitoral para o nosso Parlamento Europeu está a chegar ao fim. Resta-nos aguardar pelas, como sempre, comoventes e emocionantes eleições Autárquicas…

Enfim, e a Europa aqui tão perto…

Já agora, o Quique Flores sai ou não sai do Benfica? Aguardemos pelas eleições do próximo dia 7 de Junho.

1 comentário:

  1. As arruadas de hoje, no Porto, serviram bem para demonstrar (se dúvidas ainda houvesse) que esta campanha está a ser um completo desastre. Nada de novo.

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