sábado, 12 de setembro de 2009

Igualdade e Solidariedade: união de facto, ou ligação fortuita?

Claramente uma ligação fortuita.

Desde logo, a diferença é condição da igualdade, pois que sempre esta só existe se se tratar de forma diferente aquilo que é diferente.

Ora, o conceito de igualdade da esquerda é, na realidade, muito pouco igualitário: o milionário e o indigente pagam o mesmo por uma cirurgia no Serviço Nacional de Saúde. Se aquele pagasse alguma coisa (ainda que apenas 15 ou 20% do custo), ainda que um doente com um rendimento anual de 50.000 euros pagasse, por exemplo, 5% do custo do seu atendimento no SNS, tal desiguladade sempre serviria para o melhorar, ou ao menos para diminuir o seu peso no orçamento.

Isto de ajudar quem precisa e quem não precisa por igual agrava o déficit, é injusto e é imoral. É um vaca sagrada sem o merecer.

Mais, ser solidário com quem não precisa nem sequer é solidário, é ser parvo e essa parvoíce acontece muito em Portugal, com estas manias da universalidade e este disparate de se achar que se pode construir o homem novo e os amanhãs que cantam...

Ser solidário é ajudar muito quem precisa e só quem precisa - o que nada tem que ver com o fomento da fuga ao trabalho.

Ensinam os ingleses que quem opta pela liberdade em detrimento da igualdade tende a ser de direita (o que é verdade) e quem opta pela igualdade tende a ser de esquerda.

Mas como se viu há um senão: a igualdade pela qual as esquerdas tendem a optar é pouco livre, desnecessariamente cara e muito desigual...

Tenho pena que um tema tão importante seja tão pouco tratado na nossa política, em que um complexo de esquerda que este País ainda vive permite que a esquerda use folcloricamente as bandeiras da liberdade, da igualdade e da solidariedade como suas.

Ao fim de quatro anos da mandato, melhorámos em termos de liberdade política e económica? Não creio.

Avançámos em termos de igualdade? De modo algum.

Somos um País mais solidário? Não me parece.

Se a isso somarmos o fracasso de uma educação mais equipada, mas que não ensina e não dá autoridade aos professores; a incapacidade para prestigiar a Justiça em vez de a isolar; um ambiente de desencanto das forças de segurança; o quase desaparecimento da agricultura...

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