terça-feira, 1 de setembro de 2009

São cerejas senhor!

A mediática mandatária da juventude do PS está ainda mais mediática. Não propriamente pela densidade do discurso, pela solidez ideológica, ou pela novidade das propostas, mas pelo facto de a sua fruta ser descascada pela sua empregada (ou, para quem pretender sujeitar-se aos tiques linguísticos do politicamente correcto da capital, técnica superior de apoio às actividades domésticas em regime profissional por conta de outrem, doravante TSAADRPCO), cerejas incluídas.

Não se tem valorizado devidamente esta descoberta, que está a ser tratada na imprensa cor-de-rosa e não - como devia, na imprensa generalista (ou mesmo da especialidade - quer agrícola, quer laboral).

Bem ao invés do que uma leitura superficial pode deixar antever, podemos, outrossim, estar na presença de uma proclamação política pelo testemunho.

Que nos diz essa proclamação implícita?

Desde logo, que o PS não prescinde da clivagem social, a qual sai, por ora, ilesa das apostas fracturantes do PS.

O PS quer ser fracturante para poder disputar eleitorado com o BE, mas aqui d'El Rei que em matéria de descascar maçãs e tirar caroços às cerejas há diferenças ideológicas claras, que há que assumir desde já!

Mesmo que se diga que nessa não renúncia às mordomias se mantém a colagem à esquerda-caviar concentrada no BE, o PS está em condições de retorquir que não senhor, que mesmo aí há uma importante separação de estilo, que o BE come às escondidas, o que o PS assume: caviar e cerejas sem caroços.

E não se diga que o facto de ser de esquerda impede as mordomias, porque a esquerda pretende que todos possam ter igualdade de oportunidades no acesso às mordomias do pomar (ou outras).

Num cenário ideal, também a mandatária do PS retiraria os caroços às cerejas da sua TSAADRPCO, em mais um avanço civilizacional.

Por outro lado, tudo isto permite a recuperação do ideal fixe - para muitos aflorando mesmo o fixe náice - da campanha de Mário Soares em 1986, em que a vivência política da juventude passava em boa medida por um determinado estereótipo: chiclete na boca, o uso do "pá", o cada faz o que quer que isso é que é liberdade pá, vários jovens andando pela rua com ar divertido sem ninguém a chateá-los pá, porque são livres e não quadrados pá, tás a ver?

A curiosidade é, pois, mais do que muita e a coisa promete.

Já agora, atenta a grande preocupação do PS com a igualdade e as questões sociais, quem é o mandatário do PS para a terceira idade?

1 comentário:

  1. Alguém me pode explicar o que é e o que faz, exactamente, um "mandatário"?

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