sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O início das comemorações do centenário da república

Tive o privilégio de ouvir, ontem, uma dissertação de Artur Santos Silva a respeito do que se prevê venham a ser as comemorações do centenário da implantação da república.

Foi com natural curiosidade que o fiz, pois que, sendo monárquico, não vejo razões (muito menos tenho vontade) para grandes festejos, antes considerando que o País seria mais civilizado e mais próspero se fosse uma monarquia.

Não obstante, para qualquer monárquico, a Pátria está acima do regime e até à nossa história republicana nos deve ser mais querida do que a história monárquica alheia.

A referida intervenção aconteceu, diga-se, no Palácio do Freixo, no Porto, cuja reconstrução foi um êxito absoluto, sendo hoje um lindíssimo espaço que a cidade tanto merece.

O seu conteúdo foi - como seria de esperar - brilhante e ficou claro que as comemorações vão ser coordenadas por gente de grande craveira intelectual e pouco sectarismo político.

Significa isto que vamos ter uma visão lúcida sobre tudo quanto de bom, mas também de mau, as repúblicas portuguesas têm tido, único enfoque capaz de tornar as comemorações num evento verdadeiramente nacional, nas quais os monárquicos terão também uma (importante) palavra a dizer.

As comemorações ocas de conteúdo, folclóricas e abundantes em jacobinismo primário não vão existir em Portugal, o que é uma notícia excelente.

Por outro lado, promete-se uma visão que convide a uma reflexão de refundação do regime e (bem mais importante), do País, reflexão da qual estamos todos tão necessitados...

1 comentário:

  1. Concordo. Será especialmente importante no momento que o país atravessa aproveitar estas "comemorações" para de facto reflectir sobre o que esteve mal e o que esteve bem nos últimos 100 anos. (In)felizmente, não é fácil ou será mesmo impossível demonstrar, com base neste período, que a ausência de um regime monárquico em Portugal é a melhor escolha para Portugal, pelo que espero sinceramente que ao "celebrar" os 100 anos da implantação da República, os portugueses, republicanos e monárquicos, aproveitem para elevar a discussão sobre os temas fundamentais para Portugal e para o futuro, aprendendo com os erros do passado e com aquilo que, olhando para trás, se possa considerar que realmente tenha sido bom para o país e para o Mundo. E neste ponto, teremos que olhar bem mais para trás do que os últimos 100 anos, pois um passado com 800 anos não pode ser ignorado nem pode ser desfigurado.

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